quarta-feira, 21 de abril de 2010

REVIEW SOBRE O EVENTO "HARD ROCK REVIVAL II"













O Sancho Music Bar é um espaço para eventos situado em uma área que é motivo de crítica para alguns fãs da música pesada. Mas o que realmente importa é que, apesar da casa ter uma boa estrutura, ela é conhecida por não possuir um dos melhores atendimentos. Além da educação “questionável” de seus seguranças durante os eventos, o restante da equipe também mostra não estar preparada para atender o público Rock/Metal. Outro grande problema, principalmente porque estamos falando de música, foi o som disponibilizado. Muitos problemas foram apresentados desde o início do evento, e nenhum foi solucionado. Alguns agravantes que devem ser analisados pelos produtores de eventos antes de contratar os serviços da casa.

Mas esses problemas foram esquecidos pela maioria devido à qualidade e a força de vontade das bandas em levantar o público com o mais puro Hard Rock! A primeira a subir no palco foi a FULLSION. Formada pelos músicos André Valentin (vocals), André Pinheiro (guitar), Josean Dantas (guitars/vocals), Emerson Carneiro (bass) e Matheus Bonham (drums), a banda precisou parar sua apresentação logo na primeira música, devido aos problemas com o som citados anteriormente. Como não foram sanados, a banda deu continuidade a apresentação, com um setlist recheado de clássicos. Logo na primeira música apresentada – “Stone Cold Crazy” (Queen) – o vocalista André demonstrava certo nervosismo, olhando para seus companheiros tentando descobrir em quais trechos deveria cantar. Esse mesmo nervosismo deve ter atrapalhado sua presença de palco, tímida durante todo o show. Mas isso não desanimou a platéia, que curtiu músicas como “Rock And Roll” (Led Zeppelin), “Long Live Rock’n’Roll” (Rainbow), “It’s So Easy” (Guns N’ Roses), “TNT” e “Back In Black” (AC/DC), chegando a abrir uma roda durante “Ace Of Spades” (Motörhead). A banda ainda apresentou duas músicas próprias, que unem influências tanto do Hard setentista como também das duas décadas seguintes.

Em seguida foi a vez da VnV. Banda já carimbada do circuito natalense, é conhecida por apresentar versões de clássicos tanto da música Pop como também do Rock, sempre com qualidade. O setlist, mais direcionado ao AOR, contou com músicas como “Burning Heart” (Survivor), “Bringing On The HeartBreak” (Def Leppard), “Rock America” (Danger Danger), “Somebody`s Falling” (Shark Island) e “Living On A Prayer” (Bon Jovi). Já próximo ao final de seu show, a banda mandou um medley do Talisman, onde seus membros puderam mostrar um pouco mais de virtuosismo em passagens perfeitas. Para finalizar, um clássico do Metal que deixou o público extasiado: “Bark At The Moon” (Ozzy Osbourne). A única ressalva em relação à apresentação é sobre os vocais. Após a saída de Emilly Dantas, o baixista Phillip Cesar assumiu o vocal de todas as músicas, sendo acompanhado nos backings pelo guitarrista Heleno Rodrigues (a banda é completada pelos músicos Mateus Ferreira – keyboard – e Rafael Borges – drums). O problema é que algumas músicas precisam de um vocal mais forte e até mesmo complexo, o que pode ser sanado se Heleno também participar como vocal principal de algumas músicas. Fica a dica para a banda analisar!

A próxima apresentação foi marcada por uma despedida. Após uma decisão entre ambas as partes, esse foi o último show do vocalista Freddy Frenzy a frente da banda TURBO. E talvez por esse motivo, tanto músicos como vocalista apresentaram aquele que foi considerado por alguns como uma de suas melhores apresentações! Músicas próprias como “Sex In Xs” e “Come And Make Me Cum” foram apresentadas de forma singular, ao lado de clássicos como “Cherokee” (Europe). Freddy estava em uma noite inspirada! Com uma postura de palco praticamente perfeita e de acordo com o estilo proposto, o vocalista calou a boca de muitos que criticavam seus vocais desde a gravação do EP “Sex In Xs”. Em certo momento, a banda apresentou seu novo vocalista, que já participou cantando três músicas. Na primeira (uma versão de “Rising Force” do sueco Yngwie Malmsteen), sua participação não cativou o público, devido ao nervosismo e também a um problema de saúde explicado por ele. Mas as duas músicas seguintes foram melhores, ainda que não 100%. Após o retorno de Freddy ao palco, a banda (completada pelos músicos Fellype “Fox” Caldas – guitar, Marciano Teixeira – bass, Ricardo Lobato – drums e Tiago Prado – keyboard), ainda apresentou mais algumas músicas como “Jump” (Van Halen), finalizando sua ótima participação no evento.

Após alguns minutos, entrou no palco a SWEET VANILLA. Formada por Ariane “Annie Doll” (vocals), Cláudio “Volcano Z” (guitar), Thiago “Rod Sweet” (bass) e Thiago “Hair Jackpot” (keybord), a banda contou com a participação do músico Matheus Medeiros (Sunset Boulevard) assumindo as baquetas para esse show. A vocalista Ariane explicou que tiveram apenas um mês para ensaiar após a saída de seu antigo baterista, e isso justificou os erros cometidos durante sua apresentação. Desde o início, com a música própria “What’s Fire”, era perceptível a quantidade de amigos/fãs que compareceram para prestigiar a banda, tamanha a loucura na frente do palco. O setlist foi eficiente, contando com outras músicas próprias como “Love Hurts”, “With You” (única balada que foi bem recebida durante todo o evento) e “Rock’n Roll Doll”, além de versões como “Lay Your Hands On Me” (Bon Jovi), “Fool For Your Loving” (Whitesnake) e fechando a apresentação “All She Wrote” (Firehouse). A banda também merece uma ressalva. Os backing vocals efetuados pelo tecladista Thiago não casam com todas as músicas, soando um pouco estranhos em alguns momentos, e isso foi comentado por alguns presentes. Fora esse detalhe, seu show foi considerado um dos melhores!

Encerrando o evento, era a vez de a BLOOD DRAGON mostrar seu conhecido poder de fogo. Porém, sua apresentação foi a que mais sofreu com os problemas de som. A guitarra de Fernando Câmara estava inaudível, o baixo de Diego Volpatto estava com o volume no talo e o baterista Wellington Júnior tocou praticamente sem retorno. E mesmo com todos esses problemas, os caras mandaram ver, em uma atitude altamente profissional. Iniciaram seu set com “Time After Time” (Dr. Sin), onde a única ressalva ficou para o refrão. Quem conhece essa música, sabe que essa parte foi gravada de forma perfeita e complexa pelo cantor Michael Vescera (ex-Yngwie Malmsteen, Obssesion). A versão apresentada pela banda sofreu nesse quesito, talvez pelo fato do vocalista Mário Rodrino estar com problemas de saúde justamente no dia do evento. A banda continuou seu show com a conhecida versão de “Stand Up” (da fictícia Steel Dragon) e “Crying In The Rain” (Whitesnake). Nesse momento a banda é avisada que precisa encerrar sua apresentação devido ao horário avançado, e encerra com “Youth Gone Wild” (Skid Row). Além dos problemas com o som, a banda também foi prejudicada por encerrar prematuramente sua apresentação. Problema em relação à organização ou da gerência do Sancho?

O saldo final foi positivo devido ao público presente e as bandas que fizeram o melhor dentro do que lhes foi oferecido. O Hard Rock, assim como o Heavy Metal, mostra-se firme e forte em Natal, independente da falta de locais apropriados e/ou pessoas capacitadas para trabalhar com esse público. Assim como alguns, ainda acredito que tudo isso pode mudar no futuro, mas somente com um apoio 101% do público, e um trabalho unindo bandas e organizadores. E que venha o próximo Hard Rock Revival!

Autor: Mike Oliva
Fonte: http://www.meridiametal.com/webzine/resenhas/197-resenha-hard-rock-revival-ii-17-04-2010